Cientista afirma que larvas de mosca podem curar feridas
As larvas de uma mosca típica dos trópicos pode servir para curar ferimentos e produzir antibióticos, segundo pesquisas de bióloga colombiana
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Da Redação
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22 ago 2014, 14h40
Mosca: sistema imunológico dos insetos é mais ativo quando aplicados nas feridas (AFP/)
Bogotá – As larvas de uma mosca típica dos trópicos pode servir para curar ferimentos e produzir antibióticos para combater organismos resistentes, segundo as pesquisas de uma bióloga da Universidade Nacional da Colômbia, que estuda as propriedades curativas e antibacterianas deste inseto.
“A hemolinfa, que é como o sangue dos organismos invertebrados como as moscas, tem propriedades no processo de cicatrização”, disse à AFP a bióloga Paula Giraldo.
Ela explicou ter iniciado este projeto de pesquisa por acaso, enquanto estudava a presença de moscas da espécie tropical “Lucilia eximinia” em cadáveres, um método usado há anos na antropologia forense para determinar o tempo de morte de um corpo.
Enquanto desenvolvia suas pesquisas, Giraldo pensou que estas moscas, que se alimentam de organismos mortos, deviam ter um sistema imunológico muito forte para suportar a presença de agentes patogênicos nos cadáveres, razão pela qual começou a pesquisar as propriedades antibacterianas das larvas.
A partir daí, a bióloga começou a busca dos compostos e comparou o sistema imunológico das larvas quando expostas ou não a bactérias.
Ela descobriu que o sistema imunológico dos insetos é mais ativo quando aplicados nas feridas.
O jornal da Universidade Nacional destacou que o projeto de Giraldo consiste em cultivar larvas, que quando alcançam a maturidade, são contaminadas com patógenos para induzir uma resposta imune.
Segundo esse boletim de agosto, a descoberta poderia ser usada para combater patógenos como a bactéria fecal “Escherichia coli” (E. Coli) e o “Staphylococcus aureus“, “muito importantes na área médica, à qual apresentam cepas resistentes a antibióticos em escala mundial, o que faz com que as infecções que causam possam se tornar intratáveis”.
Também poderia ser aplicada em pacientes diabéticos que apresentam úlceras contaminadas.
Giraldo explicou que ainda há um longo caminho a percorrer antes de poder sintetizar as moléculas para poder produzir medicamentos, mas ressaltou a importância do seu trabalho, já que os antibióticos de origem natural têm vantagens sobre os sintéticos.
“O valor adicional é que são de natureza peptídica, isto é, são compostos do mesmo tipo de moléculas que as proteínas, diferentemente dos antimicrobianos convencionais, perante os quais as bactérias têm resistência”, afirmou.
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1. Defaunação
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1/8 (Wikimedia commons/Jeroen Kransen)
O mundo está passando por uma das maiores extinções de animais já vistas. O assunto foi tema de um artigo publicado na revista Science pelo brasileiro Dr. Mauro Galetti, da Unesp, junto com pesquisadores da Universidade de Stanford e da Califórnia, nos Estados Unidos. A onda de extinções, chamada pelos cientistas de “defaunação”, tem consequências sérias para o planeta e para a sobrevivência da humanidade. Veja a seguir.
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2. Polinização
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2/8 (Philippe Huguen/AFP)
Os insetos polinizam 75% da produção agrícola do mundo. Segundo o estudo, a redução na fauna de abelhas e outros polinizadores pode reduzir a produção de alimentos.
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3. Controle de Pestes
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3/8 (Bruno Manunza/AFP)
Morcegos e aves são responsáveis por controlar pragas agrícolas. Nos Estados Unidos, o papel desses predadores é estimado em 4,5 bilhões de dólares por ano. Este será o prejuízo caso essas espécies sejam extintas.
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4. Ciclagem de nutrientes e decomposição
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4/8 (Stock.xchng)
As plantas precisam de nutrientes para crescer e produzir semente e frutos. As árvores buscam esses nutrientes nas folhas caídas na superfície do solo, na madeira morta e nos galhos, todos ricos em carbono e nutrientes. Os nutrientes são retirados pelas árvores do solo e, depois, voltam para terra por meio da decomposição os resíduos. Ou seja, há uma contínua transferência de nutrientes do solo para as plantas, e destas para o solo. Esse processo é chamado “Ciclagem de Nutrientes” e precisa de um animal decompositor, como micro-organismos e invertebrados que quebram as folhas e galhos em partículas minúsculas. Sem animais invertebrados e vertebrados, portanto, não há a decomposição orgânica e nem a ciclagem de nutrientes.
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5. Qualidade da água
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5/8 (Stefan Sauer/AFP)
A extinção em massa também afeta a qualidade da água. O declínio de sapos e pererecas aumenta as algas e detritos, o que reduz os nutrientes na água essenciais para a sobrevivência de algumas espécies.
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6. Saúde pública
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6/8 (Getty Images)
O processo de defaunação também afeta a saúde humana, desde a desnutrição até o controle de transmissão de doenças. Predadores, como jaguatiricas ou onças-pintadas, controlam a abundância de roedores. A ausência de predadores causará uma infestação de roedores, que podem trazer diversas doenças para o ser humano.
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7. Regeneração das florestas
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7/8 (Ryan Poplin/Flickr)
Diversas espécies de animais que dispersam sementes, como macacos, antas e aves são fundamentais para manter as florestas. Uma extinção local desses animais afetará clima e estoque de carbono.
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8. As 10 espécies recém-descobertas mais surpreendentes
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8/8 (Montam sobre imagens de divulgação)